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Governo Lula  coloca sigilo em pesquisas feitas até sob o governo Bolsonaro

Segundo a portaria, a liberação dos dados poderia “trazer maiores prejuízos à sociedade do que os benefícios de sua divulgação”

O governo do presidente Lula (PT) decidiu manter em sigilo mais de 30 pesquisas de opinião encomendadas desde 2022, abrangendo também a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Temas como o Auxílio Brasil, conjuntura nacional, e juventude e universo feminino no Brasil estão entre os levantamentos contratados pelo governo anterior.

A atual gestão petista realizou pesquisas sobre a avaliação do primeiro ano de Lula e o conflito no Oriente Médio, entre outros temas.

Em respostas ao pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI) feitas pela Folha, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) e a Controladoria-Geral da União (CGU) consideraram que não deve ser divulgados os temas, relatórios, preços e outros detalhes dos levantamentos realizados desde 2022. Segundo a Secom, a divulgação destas informações é “desarrazoada”, citando uma portaria do final de 2023 sobre o acesso a informações da Presidência.

Segundo a portaria, a liberação dos dados poderia “trazer maiores prejuízos à sociedade do que os benefícios de sua divulgação”. A CGU, em defesa do sigilo, argumentou que as pesquisas sobre impactos de ações do governo federal “não constituem um dado frio” e podem influir em futuras decisões. Eles acreditam que a disponibilização das informações poderia distorcer políticas públicas a serem implantadas e disseminar informações equivocadas.

Em resposta às perguntas sobre a razão para manter em sigilo pesquisas feitas inclusive durante o governo Bolsonaro, a CGU e a Secom afirmaram que as informações serão liberadas “a partir da edição de ato, quando determinável”, ou ao término do mandato. Eles argumentam que as pesquisas embasam políticas públicas e são consideradas informações estratégicas, que visam entender o impacto das ações governamentais e auxiliar na tomada de decisões.

  • Os 33 levantamentos custaram R$ 13 milhões 
  • Temas incluem: Auxílio Brasil, conjuntura nacional, juventude, e universo feminino no Brasil
  • Pesquisa sobre os primeiros cem dias e um ano de governo Lula foram as mais caras
  • CGU e Secom justificam sigilo para evitar distorções e informações equivocadas